quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

De Santo André a Pará de Minas - Primeiro Encontro PÓS FETO, dos muitos que virão



Foi uma daquelas loucuras de que nunca me arrependerei. Entre a decisão e a viagem, menos de  8 horas; mais tempo passei em dois ônibus no trajeto BH - Pará de Minas, quase 12 horas ao todo, contando com o tempo de espera nas duas rodoviárias. Tempo muitíssimo bem investido, Fui recebido por meu amigo, irmão de arte Rony Morais, que logo descobri ser figura famosa na cidade; e que cidade, diga-se de passagem. Ar tranquilo, interiorano, sem ser tedioso nem enfadonho lugar que pelos amigos que fiz e pela beleza de sua simplicidade campestre, já guardo no peito como um daqueles locais onde certamente moraria. Mas cidade é feita por gente e viagem se vive no encontro. E aí é que tudo começa e vem o melhor.

Num passeio de ônibus, onde fui posto a par sobre como era a cena teatral paraminense, chegamos ao local do primeiro encontro, um caique, escola municipal onde depois de visitar algumas salas e conhecer o trabalho cheio de amor de algumas professoras, fui levado a um espaço agradabilíssimo, local de ensaio do Grupo Colibri, 10 ou 11 adolescentes, que começaram tomando uma "leve bronca", bem parecida com aquelas que dou no Brinquedo Torto. O motivo: um certo atrito entre eles e os meninos do Tatu Bola no ônibus que levou os dois grupos à histórica apresentação no Teatro Municipal, que ambos os grupos tiveram a honra de inaugurar. Conduzida com firmeza pelo diretor, a conversa alertava que aquilo jamais deveria ter acontecido, pois os dois grupos juntos faziam parte de algo maior, o Projeto Teatro na Educação, executado e idealizado há 12 anos por Rony, que como pai que resolve sabiamente a discussão entre os dois filhos, conduzindo a conversa para uma resolução. Senti-me à vontade para intervir e contar uma história, que ilustrava o acontecido. Fui acompanhado pelos olhos atentos, daqueles meninos e logo a eles me afeiçoei. Depois, elegeram-se destaques e lideranças do grupo em  2012 , momentos em que novamente faço relação com o que ocorre em casa, com meus meninos. Terminou assim a roda inicial, meu primeiro contato com eles.

E fomos aquecer e jogar. Brincamos e rimos demais. E assim, estavam todos preparados para me apresentarem "A tragédia de nossas vidas”, mais um trabalho com a assinatura Rony Morais Artes Cênicas, cheio de corporeidade, outra narrativa cujo tom, energia e dedicação dos meninos encanta e impressiona. Dei uns pitacos e auxiliei uma das atrizes a encontrar recursos para despertar o estado interno adequado para a cena. Mais uma vez fui ouvido com tanto carinho, que me senti alguém especial.

Logo depois, uns pequeninos vieram me apresentar uma versão de cinderela e outra vez Rony Morais quebrou um outro paradigma: é possível montar um conto de fadas de uma forma autêntica, fazendo a criança se apropriar da história e não só reproduzi-la. Não sabia qual deles pegar no colo primeiro, de tão fofos que eram. Lanche, confraternização, um brincadeiras a la Varlei e eu já estava apaixonado. E o pior, era hora de partir. Despedidas são um saco.

Banho, brincadeira com o adorável cãozinho Jake, do irmão de Rony e a noite estava reservada para conhecer um pouquinho mais da cidade e visitar a Missaka Academia de Dança, referência na cidade. Depois tomarmos uma cerveja; ninguém é de ferro e eu não estava dirigindo nem a trabalho. Brindamos aquele momento, que achamos que talvez nunca ocorreria. 

Horas de sono, que passaram rapidamente e lá fomos nós para o segundo e último dia de minha visita. Uma parada numa escola, cujo nome não me lembro agora, mas cuja imagem me será sempre viva na memória, pela beleza e simplicidade; lá o projeto foi iniciado há 12 anos atrás. Rony Voltou depois de anos para lá. Novamente ouvi relato dos meninos, todos muito entusiasmados com o fazer teatral.

Um ônibus nos levou a uma região bem afastada da cidade para  a Escola Municipal Dona Cotinha, toca do Grupo Tatu Bola. Ao entrar na escola, meu coração já batia forte de ansiedade. Mas era cedo e os meninos só viriam na parte da tarde. Aproveitamos o tempo para conversarmos com mais crianças. Conheci também a direção da escola, que contou sobre um incidente ocorrido há minutos com um aluno. Educação no Brasil é tudo igual, mais uma vez vi a escola de mãos atadas, tendo pouco para fazer ao encarar dificuldades. É a Lei isso, o Eca aquilo e os profissionais que se virem.

E chegou o momento por que tanto esperei. Depois de quase dois meses, iria rever aqueles meninos. Alguns já esperavam na entrada e fui recebido com longos e fortes abraços. Confirmando as palavras de seu diretor, todos muito autônomos e proativos, começaram a decoração da sala para a festa à fantasia que encerraria o ano. Muito bom vê-los trabalhando sem que ninguém os pedisse. Assim, em poucos minutos, a sala estava pronta, e como um raio todos foram para casa e voltaram fantasiados de príncipes, índios, coelhinhas, piratas, fadas e muito mais. Mesmo sem fantasia, me sentia parte da família. Sempre havia um abraço que me acolhia.

Foram eles que decidiram qual seria a ordem do dia. Começou então um amigo-sacanagem, brincadeira divertida, que rendeu grandes risadas. Destaque para o momento em que um membro da “Fubazada”, como Rony costuma chama-los, deu ao diretor durante a brincadeira uma caixa de fósforos cheia de fubá, que que gerou uma guerra. Foi fubá para todo o lado. E o mais bonito é que no fim da festa, não foi preciso que ninguém pedisse para limpar toda a sujeira. Apareceu uma vassoura, pano molhado, rodo e logo tudo estava um brinco.

Fiz uma nova intervenção ao contar A Incrível Jornada dos habitantes de Outrorarumo ao país desconhecido e Um Pouco antes do Topo em uma única versão. A história tinha o objetivo de recepcionar os novos membros do grupo, que estreariam aquela noite. É incrível o poder transformador dessa metáfora. Logo todos entenderam a mensagem e estavam prontos para o vôo. Logo depois auxiliei o diretor a prepara a dinâmica dos valores, que fiz no Brinquedo Torto e cujo resultado é incrível. Aqueles alunos que receberam muitas cédulas se emocionaram e tocaram meu coração pela humildade. Que orgulho conhecer gente assim...

Esqueci de dizer que antes da metáfora, os comes e bebes, regados à música Gangnam Style, que não podia faltar, encheu nossa barriguinha. Dançamos um pouco, lógico que tive que dançar do meu jeito, que é o único que consigo executar. Tirei algumas fotos com os fantasiados e já comecei a sentir saudades, pois a despedida se aproximava.

Ainda havia tempo para apresentação de “Aquilo” e “Patuá”, dois novos trabalhos do grupo, um com os novos integrantes e outro com o elenco antigo. Em Patuá, pude conhecer uma nova faceta do Tatu Bola. Diferente de “A Caolha”, cujo tom trágico perdurava por todo espetáculo, neste trabalho, cujo tema principal era a valorização da africanidade, o grupo dançava e trabalhava de forma mais leve, mantendo sempre a reflexão e a principal característica do grupo, uma parede corporal e vocal. Fiz minhas considerações, mas não estava lá para avaliar o trabalho dos meus amigos. Movi-me de Santo André a Pará de Minas para rever gente querida, aprender, trocar, viver o que vivemos no FETO 2012, que para mim não terminou e enquanto conseguirmos manter a chama viva do encontro Tatu Torto – Brinquedo Bola, nunca terminará.

E já era tarde. Só sobrava tempo para abraços, carinhos, saudades e, é claro, o grito que nos uniu. POTÊNCIA! POTÊNCIA! POTÊNCIA! 




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Durante o FETO


Poderia me autoproclamar profeta. Ano passado, disse que aqueles pequenos, os que todos diziam ser meus queridinhos (a  a quem nunca deixei de exigir o máximo), que eles eram o futuro do grupo. Lembro-me de um momento em que mostrei a muitos de vocês os troféus dos espetáculos anteriores. Tempos depois, disse que essa geração poderia fazer história, que tinha tudo para ser a melhor da história do grupo até então. Lembro-me bem do que sentia e do que dizia. Recordo-me ainda de um sem número de ocasiões em que citei a magia em que estava envolta esta cidade, este Festival e as pessoas a ele ligadas. Está clara, muito clara em minha memória, a quantidade de vezes que falei que o FETO seria uma experiência inesquecível.
Eu não gosto muito de usar a expressão  “eu não disse”, mas e aí? Disse ou não disse? Avisei, comuniquei nos pormenores, dei a receita, colapsei a onda. Previ o futuro. Sou profeta então... Tisc, tisc, tisc, negativo! Sou única e exclusivamente atento o suficiente para, baseado em fortes indícios, traçar um prognóstico, fazer uma análise cuidadosa e delicada. Não é coisa de gênio, nada impossível de descobrir. Qualquer um com vivência e experiência, chegaria a essa conclusão.  Sim, previ o futuro e estava certo em minha previsão. Mas não há genialidade, há reflexão, análise e evidências. Nada mais.
Na tarde desta quinta-feira, dia 18 de Outubro de 2012, o Grupo Brinquedo Torto atingiu mais um topo. Mais uma escalada finalizada, mais um grande objetivo cumprido. Em PNL há uma regra de ouro: CONQUISTE UM OBJETIVO E SE FAÇA FELIZ. Objetivo cumprido, felicidade alcançada, e que felicidade! O grupo fez história. Deixou mais um marca indelével no FETO, mas marcou sua própria história. Não é a primeira vez que isso ocorre. O que me alegra, contudo, é o fato de isto ter sido feito por uma segunda, talvez terceira geração.
Não posso negar que morro de orgulho, não caibo em mim mesmo, fico babando quando vejo vocês conversando de igual para igual sobre teatro com alunos de graduação, que olham para vocês abismados com o conhecimento e a vivência que vocês possuem. Fico orgulhoso quando vocês são citados, observados, comentados, quando param para falar comigo sobre vocês. Fico também embasbacado quando olho para vocês no palco, sinto que o público está tomado de emoção, ri, chora, não pisca e como disse uma diretora com quem conversei aqui “não tem tempo de abrir uma bala, pela qualidade do trabalho”.
É uma sensação incrível, não? Sentir-se valorizado por todo o esforço. Ver que as pessoas te olham com admiração, carinho, que sentem-se gratas pela oportunidade de terem conhecido você, que te agradecem pelo espetáculo, pelo trabalho e pela oportunidade de ver uma obra como a que fizemos. E aí, creio que temos dois problemas. E é a partir daqui que realmente se inicia a lição de hoje. Não gosto muito, como sabem, de alguns chavões e lugares comuns típicos de professores, mas neste momento, creio que lição seja a melhor palavra, pois é a partir de agora que o maior dos aprendizados precisa ser desenvolvido.
Em “Dona Menina, cadê seu riso?”, Catarina, menina de sorriso encantador, causa inveja a Zilá, sombra dura e fria, que não suporta seu sorriso e o quer para sim, mesmo não podendo usá-lo. A certo ponto da história, o espectro, ao cair da noite, após distração do cão Pandolfo, se aproxima da casa da menina proferindo as seguintes palavras. Segue o texto, na voz da atriz que a interpreta.
E Catarina cai na armadilha. Os elogios que ouve vão deixando-a cega até o ponto em que finalmente Zilá consegue roubar-lhe o riso ao desabrochar da flor, que pode ser interpretado de diversas formas, entre elas a transição de menina para mulher, mas tomo aqui a liberdade, já que o texto é de minha autoria, de propor uma nova leitura, ao atingir o topo, a realização. Catarina realizada sorri, minhas Catarinas, e nesse caso meu único garoto também é representado pela sorridente menina, atingiram a realização e dispõem agora de riso largo e claro. Mas cuidado, sombra se aproxima.
Ao ter seu sorriso roubado, Catarina sofre deveras, quase morre, e recebe a ajuda de Aurora, velha recruta em gruta, que a ensina a moldar sua imagem no barro, e depois a manda subir uma montanha, acho que já ouvi isso em algum outro lugar... lá no topo, toca com a ponta dos dedos a nuvem mais alta. Lá, Catarina, após tanto sofrimento, tem um choque de consciência e diz as seguintes palavras, também colocadas de volta na boca da atriz que a interpreta.
Sou professor e aprendi na lida que a metáfora é um poderoso instrumento de reflexão e transformação. A metáfora de Catarina nos cabe como uma luva. Pois estamos num momento de largo sorriso, um momento inesquecível, mas momento também em que precisamos estar atentos às sombras que nos circundam. Fizemos história, vivemos, pelo menos eu vivi, um dos melhores momentos de minha vida, mas e agora? Sou o máximo, sou estrela e com o perdão às mais que se encontram presentes, sou foda e pronto? É aí que sombra se aproxima.
Chegar ao topo e ganhar asas não é tarefa fácil. Mas não é a mais difícil de todas. A mais difícil começa agora. Peguem a vaidade, lancem num lamaçal, na lixeira mais próxima e sigamos. Quando alguém vier enaltecer suas qualidades, agradeça, mas você mesmo, valorize seu esforço, não sua genialidade. Porque talvez nenhum de nós seja gênio. Somos apenas esforçados, apaixonados pelo trabalho e dedicados ao extremo. E isso pode criar a falsa ilusão de que somos prodígios. Mas não somos. Estamos nos tornando bons à medida que nos esforçamos, ou vocês acham que de início, quando começaram a fazer teatro já tinham todo esse “talento”? Nananinanão. Tudo foi conquistado. Baixem a bola, coloquem-se nos seus lugares, de grupo unido, cheio de respeito, união, garra, disciplina e amor. Foram esses valores que os trouxeram aqui. Não o talento e a genialidade, que talvez nenhum de nós de fato possua, graças a Deus.
Já vi grupos chegarem a este momento de ponto mais alto e a partir dele iniciarem uma queda vertiginosa, irem definhando, definhando e terem um triste fim. É isso que querem para você? Digo que prefiro chegar ao topo iniciar uma descida para um pouco de fôlego e iniciar nova subida em busca de mais emoções e sensações como esta, porque este tipo de experiência vicia e, pelo menos eu, quero mais e mais em minha vida, dias como os de ontem.
Terceira folha, hoje o dia pedia uma profunda reflexão. Segue então mais uma. Este grupo já fez história. Sim, já. Mas da mesma forma que os outros já fizeram. Segue um novo desafio, talvez mais duro do que todos.
Daqui a alguns anos, quando vocês tiverem ido embora, deixado o grupo e estiverem vivendo outros tapetes tempestades e montanhas, gostaria de dizer aos meninos e meninas que estiverem comigo aqui em Belo Horizonte, esta cidade linda, encantadora e que tanto prezo, que a geração Carteiro de Bonecas fez história, não por ser notado como um grupo de alunos inteligentes, atores talentosos ou por terem feito a plateia chorar e terem recebido uma ovação que eu nunca havia visto na história do FETO. Que fizeram história pelo fato de terem controlado a vaidade, terem sido humildes e não terem deixado o sucesso e a realização subirem à cabeça e que depois de BH, o grupo ainda conseguiu grandes feitos, até o momento inevitável em que se separaram, felizes por tudo o que conquistaram e conscientes de que são bons, não por uma luz que baixou em suas cabeças, mas pela luz do esforço e da vontade que brilha dentro de cada um.
                Desafio lançado! 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Adolescentes de Santo André representarão o Estado de São Paulo no maior Festival Estudantil de Teatro do País




O espetáculo “O Carteiro de Bonecas”, do Grupo Brinquedo Torto foi selecionado para participar de mais uma edição do FETO – Festival Estudantil de Teatro, realizado em Belo Horizonte, entre os dias 11 e 21 de Outubro deste ano.
De acordo com a curadoria do Festival, foram 125 trabalhos inscritos, das cinco regiões brasileiras, compreendendo uma grande diversidade de linguagem, o que dificultou a seleção dos espetáculos e fez com que a curadoria pedisse a ampliação da presente edição, de doze para dezenove espetáculos participantes.
É a terceira vez que o Grupo Brinquedo Torto participa do FETO. Mas é a primeira vez que este elenco participa de evento tão importante. Desde 2011 o grupo passa por um processo de renovação natural, comum no trabalho com adolescentes.  Dezenove meninas deste elenco participarão desta montagem, única representante de São Paulo no Festival.
“O Carteiro de Bonecas”, que estreia neste domingo, dia 02 de Setembro, fará uma temporada de um mês no Colégio Central Casa Branca. Toda a renda da bilheteria será revertida para a compra das passagens aéreas para a capital mineira.

Serviço:
O Carteiro de Bonecas
Uma passagem misteriosa e singular da vida do escritor Franz Kafka, que um dia encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. Para acalmar a garotinha, inventou uma história - a boneca não estava perdida; tinha viajado e ele, um 'carteiro de bonecas', estava com uma carta, que lhe entregaria no dia seguinte.  Uma linda história sobre a criação de laços, amizade, saudade e crescimento.
Temporada: De 02 a 30 de Setembro (Sábado às 20:00, domingo às 19:00) – Não haverá apresentação no final de semana do dia 07 de Setembro
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia)
Colégio Central Casa Branca: Rua 11 de Junho, 521, Bairro Casa Branca, Santo André . 

Neste vídeo, o grupo descobre que foi selecionado para o Festival durante a leitura do diário de bordo. Confira: 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Instalação Universo Kafa, por "Dora" (Jeniffer Alvite) - PROCESSO O CARTEIRO DE BONECAS

Nos dias 27 e 30 de Julho o Núcleo a do Grupo Brinquedo Torto 2012 viveu uma experiência completamente nova. Duas instalações iniciaram as atividades do dia. A primeira, sobre o universo de Franz Kafka, um dos personagens de nossa peça "O Carteiro de Bonecas", foi apresentada na sexta-feira. Os dois trabalhos apresentaram uma visão mais profunda das leitura dos personagens pelas atrizes que o fazem. Desta forma, solicitei a uma das Doras e um dos Kafkas que relatassem as experiências das instalações de que participaram como expectadores. 


A primeira reflexão foi feita por Jeniffer Alvite, uma de nossas "Doras". Segue a transcrição: 




Nunca pensei em coisa igual... e muito menos parecida

Para mim foi uma surpresa ver um universo daquele jeito; não pensei que fosse tão complexo. Posso dizer que ainda estou meio chocada! Foi uma experiencia única, nunca havia me sentido assim antes em toda a minha vida.
Senti toda tristeza do Kafka, me senti desprezada, embora não saiba direito o porquê. Na hora do abraço eu fiquei com muita raiva, porque aquele era um momento no qual eu me sentia bem, eu me sentia amada, mas estragaram tudo!(Os Kafkas pediram que todos se abraçassem e fechassem os olhos, depois ao som de música pesada, borrifaram água no rosto de todos). Acabaram com o meus poucos minutos de aconchego e carinho, (assim como Kafka teve os seus pela manha) e pude sentir o carinho, o amor das pessoas que estava abraçando, mas do mesmo modo como aconteceu com Kafka tudo mudou de repente parece que meu foco mudou, eu já não sentia mais todo aquele amor e carinho que me aquecia e me aconchegava, por que me concentrei na raiva que estava sentindo daquilo que o interrompeu.
No inicio da instalação... mas não tem jeito, sempre tenho que começar na ordem errada hihihi
Bem, voltando ao assunto... na hora da dinâmica de abertura (Todos ficavam dentro de uma roda formada pelos Kafkas, e de olhos fechados, deviam arrumar uma forma de sair da roda) eu fiquei muito perdida eu não sei, mas eu não consigo andar e tomar cuidado com as pessoas com meus olhos fechados, tanto que fui a ultima a sair da roda. Eu me senti muito alheia, perdida, insegura eu não sabia como sair eu estava tentando encontrar uma saída e não conseguia, acho que o meu medo era muito maior, relaxa era medo de cair ou machuca alguém, porque eu sou muito desastrada. :-S
O que eu sou? (várias perguntas foram escritas no espelho) Uma pergunta que me deixou intrigada no momento e que peno até hoje para responder. Essa pergunta já me rendeu horas de reflexão, duvida, dor, tristeza e choro. Embora continue não sabendo quem sou eu, na intensidade que preciso. Não me descabelo mais, pois tenho a certeza de que sou o melhor que posso ser e isso já é o bastante ou pelo menos me conforta. Ahh, mas o que isso tem haver com a instalação? Tudo, por que foi na hora do espelho que descobri que ainda não sei quem sou, ao certo, mas que isso não interessa, o que importa é “encarar a vida de frente, chamando nossas alegrias de Destino e nossas tristezas de Acidentes”.
A intensidade que os Kafkas colocaram na instalação foi maravilhosa, me fizeram acreditar no trabalho, eles acreditaram no trabalho, todo mundo acreditou!
Fiquei maravilhada como em alguns aspectos eu e Kafka somos parecidos. Mas a única diferença é que ele tinha Dora que adorava o que ele escrevia mesmo que por causa de seu egoísmo e auto-piedade ele não via admiração de Dora por suas palavras. Eu? Bem eu nem sequer tenho alguém como Dora que gosta de ouvir o que leio, imagine alguém que goste do que escrevo, mas mesmo assim não deixo de escrever! Kkkkk
Percebi que ando desperdiçando muito tempo fazendo cobranças (que as vezes desnecessárias) em vez de viver! Sem pensar no que virá depois! Que nunca se deve negar um sorriso para vida e muito menos uma lágrima! Nunca imaginei que uma instalação causaria um efeito com tamanha intensidade... Huuum, intensidade palavra bonita a qual repeti inúmeras vezes em um pequeno texto compartilhando minha experiencia experimentando a vida de empreguetti! kkkkkk'
(Ta essa não teve graça, desculpa, eu não consigo, eu tive que quebrar esse gelo kkkk)
Minha experiência experimentando a vida de Kafka!
Ótimo trabalho Kafkas! Amei :-D




sexta-feira, 27 de julho de 2012

Visita de Caique Maciel

Meu querido Caique Maciel, fundador e "lenda viva" da história do grupo, fez uma visita ao ensaio do Núcleo A, que está ensaiando o espetáculo o "Carteiro de Bonecas". Ele deixou seu depoimento no nosso grupo do facebook e resolvi transcrevê-lo aqui.

O que falar do ensaio de "O Carteiro de bonecas" ,


Um ótimo grupo com pessoas fantásticas e talentos incríveis que num todo, cada uma completa a outra, formando assim um grupo verdadeiramente dito.

É claro que o trabalho precisa de muitos ajustes e precisará até o dia da estréia e depois também, porém o grupo está se empenhando muito , mesmo desconhecendo as dificuldades do mesmo, e sei que com a união e dedicação não somente de um ou outro mas de todos, vocês vão realizar um trabalho lindo e impecável.

A instalação foi muito boa utilizando os recursos que o grupo têm. Trouxe uma sensação e mensagem de esconder o que você realmente é no que os outros querem que você seja. Isso é uma luta constante e individual onde a batalha de cada um acaba em seu próprio tempo.

Deixo aqui somente pra reforçar o que falei hoje pra vocês. Não é uma dica pra se usar no teatro e muito menos no palco, é pra se usar na vida. Não deixes seus preconceitos e julgamentos antecipados aflorarem sem conhecer aquilo ou alguém. *-*

Varlei, muito obrigado por hoje e quero que saiba que você me ajudou e ainda me ajuda a vencer meus desafios e batalhas da minha vida.

Obrigado brinquedo torto e força total para conseguirem ganhar a próxima batalha : FETO 2012 !!!



Tenho muito orgulho de você, Caique! Muito obrigado e esteja sempre conosco!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

KD VC? (Com Danielle Andrade)

Hoje, começo uma série aqui no blog do Brinquedo Torto. A série "KD VC?", em que eu vou buscar no fundo do baú alguém que fez parte do grupo, para saber o que a pessoa está fazendo hoje, além de relembrar fatos importantes da passagem e da trajetória da pessoa, de modo que, aos poucos, iremos remontando e resgatando lembranças perdidas desses quase cinco anos. 

A escolhida para começar a série foi Danielle Andrade, fundadora do grupo, pessoa que sugeriu o nome Brinquedo Torto e autora do nosso primeiro logotipo.Olha ela aqui na época durante o ensaio de "Amor, será? - Narrativas amorosas, ou quase"! (Ela vai detestar essas fotos, mas já me desculpei) 



E tem mais: A Dani, também marcou a história do grupo por ter passado por uma das situações mais difíceis de que me lembro. Um baque para todo o grupo. Mas eu não vou contar tudo. Acabei de teclar pelo chat do Face com ela e vou transcrever a conversa aqui. Só um detalhe: ela continua com o mesmo espírito bravinho, mas foi tocante rever o ponto de vista dela. Foi muito emocionante. Quem passou por aquela época sabe do que estou falando.
Varlei Xavier Nogueira diz
Vamos lá
3,2,1 (GRAVANDO) HEHEHEHEHE

Danielle Andrade diz
perai deixa eu tirar o oculos ahushas

Varlei Xavier Nogueira diz
Conte sobre sua lembrança mais remota no grupo:

Danielle Andrade diz
Acho que quando o grupo estava começando, as primeiras vivências, os desafios que você empunha ... Na verdade me veio na cabeça a vez que tivemos que andar de venda por toda a escola
rsrsrs

Varlei Xavier Nogueira diz
Conta mais sobre essa experiência, porque muito dos integrantes de hoje em dia, já passaram pelo mesmo exercício. 

Danielle Andrade diz
Bom, esse exercício foi feito em meio a muitas vivências e atividades de confiança , não foi um simples "vamos brincar" acho que naquele momento todos já estávamos levando os exercicios bem a sério. Confesso que eu fiquei com medo, subir escada..DESCER escada sendo guiada por uma voz? achei loucura
mas no fim tudo deu certo ninguém morreu ashuahs e a gente conseguiu perceber que na verdade não precisavamos dos olhos para dar expressão ao corpo, que não precisavamos de mais nada além de confiança no grupo.

Varlei Xavier Nogueira diz
Dá saudade, vou postar essa foto também.



Vc pode foi a pessoa que sugeriu o nome do grupo. Como é que vc chegou a ideia do nome?

Danielle Andrade diz
Eu estou horrivel nessas fotos rs...o nome me veio a mente por causa da música da Pitty.A gente costumava ouvir muito naquela época e pela letra, acho que se encaixava no momento em que o grupo estava. 

Varlei Xavier Nogueira diz
Vc protagonizou um dos momentos mais difíceis para o grupo. Muitos já me ouviram dizer sobre seu acidente, mas gostaria q vc contasse sobre o seu ponto de vista.

Danielle Andrade diz
Ai varlei.. rs  ta vamos lá

Varlei Xavier Nogueira diz
Varlei sempre tocando na ferida.

Danielle Andrade diz
Bom, o grupo ele estava em processo de montagem do espetaculo Gran circo pimienta...(as coisas estão ficando embaçadas por aqui), na verdade estávamos concluindo as inscrições para o Feto, faltava apenas a gravação do video que seria feita na segunda-feira a tarde. No domingo voltando da crisma era 13:30 14hrs num sei direito, voltando para casa eu sofri um acidente bem perto da minha casa. na rua de baixo. Fui atropelada por moto que passou no farol vermelho. Não me lembro de muita coisa nem antes nem depois disso, me lembro de ver o rosto da minha mãe e luzes correndo no teto. Depois ela me disse que eu gritava muito, mas graças a deus não lembro dessas dores. Retomei a consciência perto da meia noite.Achei que estava morrendo pq nao sentia nada e minha familia toda estava lá chorando em volta de mim. Minha mãe chegou perto de mim e foi me explicar o que tinha acontecido, onde eu estava, pq eu estava lá, e ela me falou que eu havia quebrado minha perna esquerda e que seria preciso fazer uma cirurgia. Eu comecei a chorar desesperada. Ela tentando me acalmar disse que eu ficaria bem, mas minha preocupação na verdade foi a peça rs... Ela ficou bem brava comigo , eu toda arrebentada chorando por causa da peça...

Varlei Xavier Nogueira diz
Eu sempre conto isso pra eles.

Danielle Andrade diz
Eu na verdade perdi o chão, tudo bem ser atropelada, me arrebentar.... Mas foi no domingo antes da gravação. Não sabia o que fazer a não ser chorar, tava tudo quase pronto, foram meses de ensaio, foram tantas puxadas de oprelha para chegar na personagem, e em segundos, segundos que eu nem me lembro, acabou tudo.

Varlei Xavier Nogueira diz
E como vc se recuperou?

Danielle Andrade diz
Fiquei puta! Desculpa, mas eu fiquei... sabe? não tava sentindo nada nada mesmo.. tava tão sedada que eu achava que tava tetraplegica.. e descobri que não podia mais fazer aquilo que eu gostava. Bom foram 3 dias no hospital acordando só para tomar outro sedativo, um dia de cirurgia e no quinto eu sai de lá. Fiquei um mês na cadeira de rodas. Não pude ir para casa pq tem escadas, então fiquei na minha tia, sem vida só lá sentada com a perna para cima e com dor (nesse meio tempo teve o casamento da minha madrinha que eu perdi e chorei mt por isso mas isso nao vem ao caso). Depois eu fiquei mais 7 meses de muleta. E ai pude voltar para escola, não vi a estréia da peça, mas consegui ir assistir um tempo depois. E sinceramente? Foi muito dolorido. Desculpa, mas na verdade eu preferia não ter visto. Eu lembro que vcs gritaram meu nome antes de começar e me agradeceram no final e eu só pensava (besteira)... já estou chorando... precisa disso? Pra todo mundo rs o cara que me atropelou com certeza foi o maior de todos me privou disso, me privou de andar ... passei meu aniversario de 16 anos de muleta sem poder ficar mt tempo em pé; mas vcs também, por gritarem meu nome, por me agradecerem...já tava dificil pra mim. Saber que nao fazia mais parte daquilo. E isso tudo só me fazia lembrar que eu deveria estar lá, sabe?

Varlei Xavier Nogueira diz
A gente te ama! E vc sempre fez parte. De alguma forma. Não teve um dia que não gritávamos seu nome. Mas é claro que eu entendo!

Danielle Andrade diz
Mas é diferente quando vc ta do outro lado... eu não queria nada disso, eu queria esquecer mas não dava.

Varlei Xavier Nogueira diz
Foi muito duro para todos nós; lembro que fomos ensaiar e depois filmar com um baita clima.

Danielle Andrade diz
Na verdae eu queria estar no palco

Varlei Xavier Nogueira diz
Sei como é. Bom, vamos mudar. Vamos lembrar de coisas boas agora!

Danielle Andrade diz
ok
já desidratei
ahsuhas

Varlei Xavier Nogueira diz
Qual foi sua melhor lembrança dentro do grupo?

Danielle Andrade diz
Foram muitas rs todos os ensaios por mais dificies que eram sempre havia palhaçada , sempre tinha risada e muito carinho entre todo mundo. Tenho uma lembrança engraçada na verdade, além das pérolas do brinquedo torto, claro. Foi um exercicio de respiração. Ficamos todos rindo por 1 hr pelo menos, foi brisa de ar,  digamos assim

Varlei Xavier Nogueira diz
hahahaha
Lembro bem

Danielle Andrade diz
Quando alguém parava de rir outro começava e todos começavam tudo de novo hasuhas

Varlei Xavier Nogueira diz
No bola, flecha, parede e espiral. A turma de agora fez, mas não fez esse exercício.
E a última pergunta e mais importante: E KD VC? POR ONDE VC ANDA? O QUE ESTÁ FAZENDO DA VIDA? TRABALHANDO? ESTUDANDO? QUAIS SÃO SEUS PLANOS?

Danielle Andrade diz
Eu estou na minha casa asuhaushaus... Eu estou no segundo ano da faculdade de design de moda , estava fazendo estágio em uma confecção de sapatos na vila mariana mas o contrato acabou e eu estou disponivel para quem quiser me contratar ahsuahs e agora estou morrendo de saudades do teatro!

Varlei Xavier Nogueira diz
Então está convidada a assistir nossas próximas peças. Etá chegando a hora. E esqueci de uma última pergunta:

Danielle Andrade diz
diga

Varlei Xavier Nogueira diz
O que você diria para quem está no Brinquedo Torto hoje? O que vc diria para quem está passando pelas mesmas dificuldades que vc passou e pelas mesmas broncas? Diga-me tudo, não me esconda nada, EU QUERO EMOÇÕES!

Danielle Andrade diz
Aproveitem! seu tempo no teatro é único, cada fala, cada texto, cada apresentação são momentos únicos. Eu lembro bem de uma bronca que eu dei no pessoal durante a montagem de desktop, enquanto eu estava dando meu máximo fazendo uma velha que ficava a peça toda sentada pq eu não podia andar... Eles estavam ensaiando e fazendo tudo de qualquer jeito sendo que haviam milhares de possibilidades para eles que haviam sido negadas pra mim. Então lá vai Nunca levem um personagem na brincadeira, nunca deixem de aproveitar o ensaio! É a cada ensaio que o personagem ganha vida.. e também que vc cria suas lembranças, queria ter o tempo que vcs tem para poder estar ai de novo/ ainda... ah! e o principal, as broncas.. são chatas eu sei, eu também reclamava mas você sente falta delas depois, ainda mais quando você percebe que não pode estar ali.

(E a conversa continuou um pouco mais, mas paro a transcrição por aqui, com a certeza de que fiz a escolha certa. Um depoimento tocante para a estreia dessa série)


Termino dizendo à Dani que tenho muito orgulho de ter convivido com ela, que fico muito feliz porque embora a experiência do Gran Circo tenha sido dura para ela, tenho muito orgulho do esforço e do resultado que ela alcançou no Desktop, ainda em recuperação, e no Intenso!, quando já estava a todo vapor. TE AMO, XUUU!

Seguem fotinhos dela:

















... em aula... 


















... Net Discada em "Desktop"


FINALMENTE HOJE EM DIA, COM UM VISUAL RETRÔ, QUE SÓ NÃO É MELHOR PORQUE É TUBAINA EM LUGAR DE MATE COURO. HAHAHAHAH

sexta-feira, 16 de março de 2012

Relatando coices (Diário de Bordo de um diretor cavalo)


Aula Parede:

Digo e repito: ADORO MEU TRABALHO. Aulas como a de hoje então são demais. Depois de toda a pesquisa sensorial, que até me surpreendeu porque surgiu até uma variedade considerável de elementos, o que é raro numa aula parede. Sempre surge água e uma ou outra coisa. Bom, desses cavalos do Núcleo de Sexta, todos já velhacos, sempre posso esperar o melhor mesmo. 

Exercícios: Aquecimento estático "Ai, como dói", Respira e vai, minha filha! Depois, hora de pegar pesado (ADORO MEU TRABALHO). Olhando para a mão, cinco minutos. Ruídos na caixa de som. DORME! LEVANTA! UMA PALMA, UM MOVIMENTO! SUSTENTA! MAIS CINCO MINUTOS (JÁ FALEI QUE ADORO MEU TRABALHO?). Repete uma palavra, quase um mantra. Alguns minutinhos e todos paredíssimos, apáticos, inexpressivos. 

Cenas limpas e pouco óbvias. Silêncio e pausas valorizadas. APRENDIZADO IMPORTANTE: VALORIZAR OS SILÊNCIOS E AS PAUSAS PREENCHIDAS POR AÇÃO INTERNA. 

Durante a partilha todos reclamaram que não gostaram. Ainda bem que o grupo já entendeu que nem sempre o mais gostoso é o mais importante. Foi difícil? Foi... ACHO QUE ADORO MEU TRABALHO! 

Passei o dia inteiro com sono e com a aula parede isso se potencializou. Chego em casa e descubro: 26 DE MARÇO: DIA MUNDIAL DO SONO! 

DEIXA EU IR COMEMORAR UM POUCO! 

BOA NOITE!


quinta-feira, 15 de março de 2012

Relatando coices (Diário de Bordo de um diretor cavalo)

Núcleo de quinta - Aula 05

Mais uma camada

Incrível como cada grupo cria seu estilo de registro no Diário de Bordo. Os cavalinhos deste núcleo costumam ser bem sucintos, mas capricham no visual. O Diário da última aula foi levado pela Jeniffer e pelo Arthur e a mãe deles aproveitou para participar também, o que eu achei ótimo. Ela falou sobre o ritual do Beijo na Testa e do fim da aula, disse que todos os pais deveriam ver uma aula daquele. Fiquei muito feliz. É sempre bom ter o trabalho reconhecido. 

Alongamento e aquecimento individual. Roda e jogo da bolinha, Roda de Palmas como flechas, corre e diz o nome de um colega (menos aquela para quem você corre). Deu nó na cabeça? O tico e o teco estão brigando? É isso aí. Aos poucos vai melhorando e no final está bem mais fácil. Sempre uma camada a mais. 

Variação do Jogo da Estátua com palma em flecha e ocupação do espaço. Resultado legal. 

O que estou fazendo?

 Explicação: DRAMA = AÇÃO CÊNICA

Escolha e reprodução de ação cotidiana. Exercício: O que eu estou comendo? 

Cena com os elementos QUEM, ONDE, O QUÊ, OBJETIVO E CONFLITO. Vai complicando e a gente vai esquecendo as camadas debaixo, né? SEUS CAVALOS. QUASE TODOS OS GRUPOS ESQUECERAM OS CONFLITOS. 


sexta-feira, 9 de março de 2012

Relatando coices (Diário de Bordo de um diretor cavalo)

Aula Espiral:



Nem todos conseguiram trazer os estímulos para a experimentação. Ainda assim, foi bem interessante. Dúvidas foram sendo sanadas e pouco a pouco começou-se a entender de que se tratava o espiral. Como sempre, surgem alguns enganos, que são importantes para podermos captar as diferenças entre uma e outra forma. Nossa, como eu estou educado! 

Alongamento, aquecimento e bora espiralar. Olhar fixo para um ponto na mão, girar e depois bater os calcanhares no chão. Mesmo sentindo o efeito do espiral, todos ficaram de pé. Alguns olhares tontos, sensação de desorientação. NÁUSEAS, NÁUSEAS, NÁUSEAS! Carinhas de "Estou passando mal...". Ai, meu Deus! Olhar fixo no teto, rodar até sentir-se sugado pelo chão. Quedas abruptas, caras de loucos e de bêbados totalmente a seco. É bem melhor assim. NÁUSEAS, NÁUSEAS E MAIS NÁUSEAS! Adoro meu trabalho! 

Cenas com estímulos de objetos

Coisas para lembrar. 

- Qualquer objeto colocado em cena precisa ter justificativa para estar ali. E se houver um objeto, é preciso lembrar de usá-lo em detrimento de objetos imaginários, mas sempre é importante perguntar-se: é necessário o objeto em cena? 

- Repetição causa efeito cômico. CONSERTA! 

- Visualização de objetos bem feita faz o público acreditar e ir junto com os atores!

- Risada em cena tira a credibilidade do trabalho teatral.

- Como utilizar recursos épicos (narrativos) nas cenas?

- Cuidado para não fritar no palco

Nossa! Como fui comportado nesta postagem, Até parece que sou educado! NOSSA! NOSSA! ASSIM EU NÃO TE MATO! 

Tudo bem, vem aí a aula parede e acho que o povo vai sofrer de novo, enquanto eu vou me deliciar. ADORO MEU TRABALHO! 

ATÉ SEXTA, SEUS CAVALOS!


quinta-feira, 8 de março de 2012

Relatando Coices (Diário de Bordo de um Diretor Cavalo)

Núcleo de Quinta: Aula 4

Dia de pegar pesado com os novos cavalinhos. Mas antes, o grupo leu o diário de bordo da aula anterior. Percebo que o grupo já começa a criar uma identidade e seu próprio modo de registrar os encontros. E como no registro, foi falado sobre a situação vivida pela Perin, decidi propor um exercício: cada um assumiria algo que não goste no próprio corpo. Cada um mostrava seu problema, que era visto como pequeno por cada um e grande para si mesmo. Foi bem bonito

Aquecimento básico e simbora pegar pesado. Jogo da bolinha, pagando com as duas mãos no chão a cada queda. O grupo pagou muito. Depois, jogo da bolinha com contagem. Nó no cérebro dos Cavalinhos! Finalizando com o jogo dos 20. Irritação, raiva, desespero, ansiedade. O grupo chegou no 15 e passou pelas mesmas dificuldades de todos os grupos. 

Caminhada pelo espaço: andando por areia, pântano, neve, etc. Sessões de reflexão sobre o onde: cada grupo pegava um "onde" e construía uma cena (com objetivo, conflito e "quem"). Cenas legais: apontamentos sobre posicionamento de palco. 

Partilha: Sempre é bonito.  Destaque para a Jenifer falando sobre o irmão, que fez sua primeira aula no grupo e assumiu que às vezes age com impaciência. Momento mais lindo da aula: DUDA CANTANDO DURANTE O BEIJO NA TESTA. 

CANTA MUITO! CANTA MUITO! CANTA MUITO! 

FALTA MUITO PARA A PRÓXIMA QUINTA?

Reflexão: Nem sempre as aulas mais divertidas são as que nos fazem aprender meia. Ás vezes preciamos ser provocados!

Esqueci de dizer que o grupo cresceu e que a entrada da Marina e da Fê neste Núcleo fez bem para elas e para o grupo. 

sexta-feira, 2 de março de 2012

Relatando coices (Diário de Bordo de um Diretor Cavalo)

Começo hoje meu diário de bordo aqui neste blog. Semanalmente registrarei aqui minhas impressões e meus coices. Peço a todos os cavalos que me cobrem sempre, para que eu lembre de postar.


Encontro 3: Núcleo de Sexta (ainda sem número certo) - AULA FLECHA! 


Prólogo: Adorei a presença de vários dos integrantes do Núcleo de Quinta. Fiquei bem feliz. 


- Atividade Sensorial: 
Divertidíssimo ver as caras de incômodo ao provar cebolas, limões, cheirar acetona, álcool e coisas do tipo. Aos poucos o grupo foi ficando ligeiramente inquieto, já sob efeito dos estímulos flecha. O mais divertido era ler os pensamentos: "Ai, que saudade da aulinha bola!". Eu me "divérto"... 


- Exercícios: 
Fui flecha desde as instruções iniciais. Aos poucos fui piorando. E os resultados aparecendo. Surgiam já um ou outro olhar flecha. "Ah, como eu gosto disso... Uma aula inteira de coices, que beleza!". Força total e dedicação dos cavalinhos durante os jogos. Claro! Ninguém queria tomar grito! SIM! NÃO! SIM! NÃO! Jogo do Surto e depois queimada com juiz injusto. Tira e põe no jogo. Mais uma vez, li pensamentos. "#$3%#%$#¨¨%$! Vou matar esse careca!" O flecha é assim, manda que pode; obedece quem tem juízo. hauhauahuahua


- Cenas: (Impulso inicial: IMAGENS FORTES)


As cenas desta sexta não tiveram a beleza e o acabamento das cenas da sexta anterior. Considero que o tempo foi pequeno. Como costume, o grupo tem bastante assunto para debate. Só precisamos nos ater ao tempo. Mesmo assim, achei válido o trabalho, dado que todos demonstraram ter entendido o conceito. Segue a devolutiva: 



Gabi, Gabizinha e Ju: Atenção para a visualização dos objetos, eles desapareceram em dado momento. Durante a briga, a cena ficou suja. 

Amanda, Thay, Gi: Amanda Rindo novamente. Faltou um pouco de jogo. Todas as atrizes falaram juntas. Como mostrar que o personagem era um homem? Só contar basta? 

Babi, Fe, Kananda: Atenção para o posicionamento no palco; faltou um conflito mais forte na cena. 

Cathy, Anna, Lara: Atenção para o posicionamento, o Álvaro (Guerreiros Meninos) fez uma aparição na cena, durante a entrada da Lara. Normalmente isso acontece. Um personagem que marca, acaba deixando rastros. Precisa limpar, Larica! 

Nath, Kaline, Isa: Precisam se ouvir. Estado interno das atrizes bastante convincente. Olhar da Nath estava bem forte. Isa utilizou bem o recurso da respiração. Tanto que hiperventilou. Respirar rápido é, inclusive, um outro exercício flecha, que acabei não usando. Faltou desenvolver melhor o conflito e o desenrolar da cena. 

Keyla, Nádia: Visualização do Objeto (computador). Atenção para o tempo de resposta para a conversa ficar convincente. Ambas encontraram um peso bastante interessante para a cena, durante a discussão dos personagens. 

Epílogo: O Jonas falou tudo sobre a presença de meninos no grupo. Como podemos resolver esta questão? 

É isso aí, ABRAÇO FORTE E BEIJO NA TESTA, SEUS CAVALOS!